Me *-*

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ir;


O espelho reflete a imagem embaçada do meu rosto repleto de lágrimas.  Encaro-me novamente com nojo do que vejo. Respiro a enorme vontade de acabar com tudo aquilo; com toda aquela figura. Não sou o que vejo, então por que vejo? Sinto enorme necessidade de me liberar, mas como fazê-lo? Como fugir do que não se é? . Percebo que há uma lâmina no canto da pia. Geralmente, utilizo-a para cortar meu cabelo quando estou descontente com ele, mas agora não me alegro de nada que há externamente aqui. Não aceito. Não quero. Meus dedos tocam a lâmina devagar, sentindo cada parte gélida daquele metal. Sim? Não? Sim? Não? A pergunta fica rodando em minha volta. Fecho os olhos e a trago até minha face. Faço um pequeno corte da orelha ao nariz. Sinto arder, mas isto pouco me importa. Meus olhos se abrem e vejo o resultado refletido no espelho. “Até que não ficou tão mal, penso. Pouco a pouco, feliz com o resultado, fui criando pequenos desenhos até ser impossível enxergar algo além de inúmeras gotas de sangue escorrendo.
Lentamente, dirigi aquele objeto afiado até meus braços e cortei do palmo da minha mão até o antebraço. Fiz o mesmo com o outro. Ardia. Ardia bastante, mas era bom.
Gradualmente, vi a luz forte se apagar. Fui sentando no chão, permitindo-me flutuar; fugir. Deixei-me ir. E fui. Fui sem pressa.



Tons fracos, tons fortes...


Sempre preferi os defeitos às qualidades. Em minha opinião, eles são os que mais falam sobre as pessoas. São os defeitos que definem cada um. Qualidades são clichês, sem graça, possuem tom pastel, não são coisas que chamam atenção.
Pessoas quietas, caladas, muito-bem-educadas e paradas não se destacam… Já os defeitos, de forma bem utilizada, são chamativos, atraentes, fortes e possuem cores intensas.
Ciúme, possessão, atitude, falta de vergonha… Para mim, são essas as características que deviam ser postas no ápice. São os variados tons de vermelho, preto, roxo… Belos e vivos.
É a tal da reflexão agindo. O preto absorve, se torna escuro, forte, chamativo. O branco reflete, fica claro, não mostra nada. E qual a graça de ser quase transparente?
De tanto gostar dos defeitos, pelo menos dos meus, uso-os como qualidades, mas, por saber que a maioria das pessoas vê qualidades claras (desinteressantes) como algo bom, prefiro dizer que sou defeituosa, cheia de problemas, azucrinante e insana, pois, em minha cabeça, essas são virtudes, e eu sou a pessoa mais virtuosa de todas.
São os tons escuros agindo em meu corpo e em minha vida.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Uma foto [...]

Numa quinta-feira normal, encontrei algumas fotos em uma gaveta qualquer. Vi fotos suas. Revivi, por alguns minutos, momentos passados; momentos perfeitos, momentos que eu nunca tive, momentos vividos vividos. Olhei uma foto desfocada da sua face.
Simplismente hoje você se foi e me deixou aqui com lágrimas nos olhos e lembranças em forma de papel em minhas mãos e o resto apenas em uma tela de computador. Sua imagem foi enxaguada pelo líquido que escorria dos meus olhos.
Sempre soube que você nunca pertenceu a mim, mas, de qualquer forma, estar amando-lhe sozinha, foi o que me fez cair de um penhasco sem obter um arranhão.
Eu poderia desafiar o maior dos gigantes, o mais esperto dos vilões, o mais forte dos ladrões, mas ainda sim eu seria mais forte; ainda sim eu venceria. E eu só venceria para viver cada segundo a mais ali, naquela realidade que me parecia sonho, aliás era um sonho.
Ter a consciência de que você não me amava, para mim, não era um obstáculo para nosso relacionamento. Pouco me importava os interesses ou os sentimentos falsos que a mantinham comigo; você estava, e isso era o bastante. Era mesmo bastante.
Imaginei sempre que um dia isso aconteceria; eu a veria caminhando para longe de mim, mas ninguém havia me dito o quão doloroso era. Fui obrigado a aprender sozinho essa fria realidade que me puxava para o penhasco, mas agora sem proteção.
Cortou-me pedaço por pedaço. Cada órgão interno e externo. Tornei-me um corpo cicatrizado e vazio em diversas partes. O tempo fez e vai fazer com que algumas coisas melhorem, mas algumas nunca serão reconstituídas.
Sua foto embaçada foi guardada com carinho junto a cartas que lhe escrevi por quase meses para o dia do nosso encontro mas elas nunca chegarão a você, eu sei . Estou bem agora, mas ainda penso em você. Ainda espero por você 

Meus monstros :*


Desde criança, mesmo quando dormia sozinho, sempre sentia uma presença negativa ao meu lado. Ouvia vozes sussurrando palavras pesadas em meu ouvido, sentia mãos ásperas acariciando meus ombros, cheirava um hálito ruim perto de mim.
Mesmo contando a algumas pessoas, nunca me levaram a sério. Com o tempo, aprendi a conviver com essas presenças que já haviam sido denominadas monstros por mim. O medo foi passando e depois até comecei a gostar deles.
Aprendi a linguagem do outro mundo. Nunca os vi de verdade, mas os sentia, os conhecia, os ouvia. Algumas vezes escutei que deveríamos lutar contra nossos próprios monstros, mas eu lidei com os meus e os adorei após acostumar-me com a ideia de tê-los ali sempre.
Não precisei matar para ficar bem. Só precisei deixar o medo de lado e o tal preconceito; afinal, eles me amedrontavam, mas nunca chegaram a machucar-me.

Susuro do vento [...]


Susuro do Vento ''
Um vázio constante domina ,algo em mim , começa a morrer, uma nessecidade de ter ,de possuir faz a vontade de arriscar crescer ,e tudo parece tao certo por mais errado que seja ,e a coragem só me leva a crer que sou capaz de superar os problemas e vencer o medo e agora que tudo está claro está na hora de terminar o que comecei, EU NÃO VOU DEIXAR ACABAR AQUI .