Afogo-me
neste mar de água venenosa, azeda e escura. Estou certo de que não aguentarei
por muito tempo, pois logo minhas pernas perderão a força e cansarei de lutar
contra a correnteza. O cansaço já percorre meu corpo e meus olhos estão
fechando, sonolentos. A vontade de acabar logo com tudo e deixar-me
encobrir pelas altas ondas é grande. Mesmo virgem de toda esta água poluída,
sei que minha pele está suja, coberta por todo este líquido asqueroso. Cinco
metros de pura falsidade caem novamente em cima de mim, fazendo-me engolir
litros daquele fluido. Pouco a pouco minha respiração falha, deixando-me ser
devorado por todas as mentiras. Afundo cada vez mais e, sem perceber,
encosto-me ao chão. Tudo escurece; acaba-se.
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