Dei uma volta no paraíso. Algo me disse que a felicidade estava por vir; entretanto, não me explicou como encontrá-la. Pássaros cantavam felizes. Disseram-me para voltar e que eu logo encontraria, mas tive medo. Se já estava bom ali, para que voltar? Para que correr aquele risco? Afinal, o que estava me esperando? Quem sabe o que é felicidade? Ninguém sabe.
Nunca acreditei nessa baboseira, então por que desistiria daquela paz agora? Mas para que mentiriam para mim? Aquilo era o paraíso. Não havia mentiras. Era proibido. Não saía da nossa boca.
Mas algo me corroia por dentro. Talvez a curiosidade, talvez a vontade de experimentar algo nunca visto – pelo menos por mim. Porém, minha cabeça dizia “É burrice largar tudo. Está bom aqui. Não vale a pena”.
E eu, com toda minha impulsividade conhecida, fui. Fui buscar essa tal felicidade que haviam me prometido, mas que não me era coerente. Fui apenas para prová-la. Apenas para tentar vê-la. Mas achava que não ia ver. Eu tinha certeza que voltaria com um falso sorriso de quem sempre esteve certo e diria “Eu falei. Avisei que isso não existe”.
Alguns dias se passaram e nada além de lágrimas haviam chegado a mim. Porém, numa certa rua escondida, a felicidade me veio. Era leve, flutuava e acalmava.
Os dias foram se passando e às vezes a felicidade fugia, mas ela sempre voltava. Era uma constante. Era minha felicidade. Só que a minha era diferente da felicidade do meu vizinho, que também era diferente do vizinho dele. Mas todos a encontramos, mesmo tendo demorado tanto.
E eu, tão cético, não tive a oportunidade de voltar ao paraíso com um sorriso verdadeiro no rosto, dizendo “Que bom que eu estava errado”.
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