Me *-*

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quinta-feira, 26 de maio de 2011

6 p.m.


Sua cabeça pesava de uma forma cômoda em minhas pernas. Minhas mãos passeavam pelo seu cabelo macio e o quarto frio me fazia aproximar meus pés gelados de seu corpo quente. Atrás das cortinas velhas e finas, o sol se escondia, tornando aquele lugar escuro. As horas passavam preguiçosas, permitindo-nos aproveitar nosso momento.

— Por que você ainda não foi embora? — você disse, despertando-me de meus pensamentos.

— Você quer que eu vá? — perguntei, selando seus lábios.

— Não… — você hesitou. — Eu só queria saber o motivo. Você sempre vai embora cedo. Nunca passa mais que o seu tempo necessário comigo.

— Meu tempo necessário?

— Traduzindo: tempo de sexo.

Eu ri de sua cara boba, mas continuei sendo encarada com seriedade, o que me fez ficar desconsertada.  

— Eu quis ficar um pouco mais hoje — sussurrei, deitando-me ao seu lado.

— Por quê?

— Por que diabos você pergunta tanto?

— Porque quero saber, oras.

— Não precisa de tanta explicação. Eu estou aqui, não estou? Deixa tudo como está.
Você me encarou com irritação, fechou a cara e virou de costas.

— Ei… — sorri, aproximando meus lábios de seu pescoço. — Para, meu — pedi, enquanto você tentava, inutilmente, tirar-me de perto. — Para de se irritar com tão pouco.

— Não é “tão pouco”. Eu quero conseguir entender você.

— E por que não deixar as coisas subentendidas?

— Você me ama?

— Que pergunta é essa? — Meus olhos arregalaram.

— Simples e direta. Vai, responde!

— Você é assim. Eu não sou.

— Estou esperando…

— Eu estou aqui. Não é o suficiente?

— Isto é apenas presença. Apesar de ser bastante, teoricamente falando, preciso saber de sentimentos… Preciso de coisas internas.

— Eu estou apaixonada por você. E agora?

— Isso não é amor.

— Pra que diabos você quer saber isso?

— Porque eu te amo.

— Você o quê?

— Por que você não fica comigo pra sempre?

Que besteira… Pra sempre não existe.

Então você fica comigo até o tempo que existe?

— Eu te amo.

— Agora você me ama?

Eu te amo pra sempre.

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