Tu não sabes o quanto me doeu te ver parada ali e não poder me aproximar. Queria eu poder pelo menos sentir teu cheiro, mas, talvez, tenha sido melhor assim. Se eu estivesse alguns passos à frente, provavelmente meu controle iria se esvair pelas minhas mãos rapidamente, fazendo-me senti-la e então eu correria até onde tu estavas. As palavras pulariam de minha boca e gritariam em teus ouvidos o quanto te quero.
Com todos aqueles passos nos separando, sussurrei baixinho para mim mesmo: “Ei, garoto, corre lá e diz a verdade”, mas aí minhas pernas me impediram. Elas tinham medo de perder a força ao ver teu sorriso de perto. Tive que me controlar tanto. Não sei como consegui.
Senti o cheiro doce de morangos… Eles estavam por toda parte. Lembrei-me da última vez que te vi… Nosso quarto cheio deles. Era a tua cara. Tua fruta preferida. Nossa fruta preferida. E aí, mais uma vez, eu quis te dizer… “Nunca te esqueci, amor”. Eu queria te dizer, queria ouvir tua resposta, mesmo que fosse algo ruim… Um dia farei isso. Um dia, eu espero.
Traz nossos pedaços de morangos, nosso amor em pedaços. Vamos comê-los, devorá-los e vive-los. Vivê-lo. Morangos de amor.
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