Me *-*

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sábado, 7 de maio de 2011

Livros, cigarros e algumas palavras...


Aquela sala era tão vazia sem você. Mesmo com a lareira ao meu lado, tudo parecia tão frio. O cobertor em minha volta não me deixava tão confortável como seus braços faziam. Senti uma lágrima escorrer contra minha vontade de meus olhos, mas aí, por apenas alguns segundos, agradeci por não ter sua ardente presença naquela noite.
Meus ouvidos estavam tão cansados das suas palavras… Provavelmente, se você estivesse aqui, eu estaria sendo obrigado a respirar toda aquela fumaça repugnante de todos aqueles cigarros carregados pelo bolso de sua calça para onde quer que fosse, e então nós brigaríamos. O engraçado era que eu já sabia exatamente todas as falas. Aquelas velhas e surradas frases que cansávamos de repetir…  
Para de ser tão ranzinzo… Vive um pouco, amor”, você diria, tragando seu cigarro e abrindo um sorriso bobo.
Razinzo? Isso vai matar você. Eu não quero viver um pouco. Quero viver bastante”, eu responderia e o encararia com a testa franzida.
Viver sonhando com esses seus livros de romance. Bem, prefiro morrer cedo a nunca viver algo real…”
Eu vivo algo real. Meus livros são reais. Pare de ser tão cética.”
Você me puxaria, beijaria meu pescoço e me mandaria calar a boca. Eu tentaria me afastar, falaria qualquer coisa com raiva e depois ouviria algumas palavras doces. De vez em quando essas mudavam, mas no final você sempre dizia a mesma coisa.
Eu conto até três e você acorda desse sonho”, sussurraria, passaria os dedos em meus olhos para fechá-los e eu, todo bobo, obedeceria. “Um, dois, três”, você contaria e então eu os abriria, para, logo após isso, receber um beijo carinhoso seu. “Eu sou sua realidade, pequena. Posso não ser tão bom quando você deseja, mas garanto que o que tenho aqui dentro é o que há de mais sincero que você pode encontrar.”
Assim, nossa briga acabaria e eu me entregaria a você, sem armas, sem forças, sem idealizações. Bem real. Bem você.

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