Me *-*

Me *-*
Me *-*

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Apenas um corpo vazio [...]


Não sou tua criança, como costumavas me chamar. Não sou teu amor, não sou teu bem, não sou teu mal. Sou apenas eu, um corpo vazio à espera de algo que o complete. Sou o cansaço de tanto andar de um lado para o outro no completo escuro com os olhos cheios de lágrimas esperando apenas uma palavra de outro alguém. Mas, olha, não quero teus sussurros, não quero teus ruídos, não quero tua voz. Eu quis tanto, tanto, mas tanto que, em certo momento, explodiu. Explodiu e tudo voou para o ar. Não consegui pegar nem partículas desse sentimento. Não te culpes, cariño. Tu não és o motivo por eu estar aqui há tanto tempo… Só não me deixo levar por qualquer barulhinho bobo. Eu espero um trovão, uma explosão, um grito. Tu tens a culpa somente por não fazer parte da minha esperança de um dia ouvir esse som tão esperado. Ei, mas, se quiseres, fica aqui perto de mim… Só não te aproximas muito. Senta aqui e me faz companhia. Não posso te prometer que falarei o tempo inteiro, pois, em certos momentos, lembranças ocuparão minha mente e, talvez, até meus olhos marejem, mas logo recuperarei o fôlego e lembrarei que tu estás por perto só para não deixar-me só.  Conte-me tua vida. Diga-me teus planos. Eu ouvirei, prometo. Só não me peça completa atenção, pois não posso entregar-me tanto à tua presença.  Eu sou apenas um corpo vazio esperando uma mão para se enroscar à minha. Uma que não tenha o mesmo tamanho e a mesma maciez da tua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário