Me *-*

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Numa tarde qualquer…



“Passa mais um aí”, pedi para o Edu.

Sentamos na calçada em frente à sua casa e acendemos nossos cigarros. Estava fazendo um frio da porra, mas aquilo não parecia nos incomodar o bastante para irmos embora.

“Mas por que você tem tanta vontade de ir?”, ele perguntou pela vigésima vez naquela noite enquanto soprava a fumaça pra longe.

“Não sei, meu… Eu só tenho”, repeti, tragando meu cigarro lentamente.

“O que você acha que tem do outro lado?”

“Ah, Du, eu não sei… Eu só não vejo nada de interessante aqui, então…”

“Sim, mano, então pra que diabos querer ir? E se lá for pior?”

“Aí pelo menos eu vou poder me preocupar, ficar triste, sentir algo… Aqui eu sou só carne. Não sinto nada.”

“Você é louca, meu… Louca!”

“Não sou. Eu só quero viver um pouco, seja sofrendo ou sorrindo… Só preciso de algum sentimento.”

“E se não tiver nada lá?”

“Vai ter, Du… Vai ter”, abri um pequeno sorriso forçado para ele e deitei no seu colo, imaginando como seria aquela não-vida. Talvez boa, talvez ruim. Tanto faz.

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